Caros nautas, estou de volta.
Hoje eu gostaria, como diria meu amigo Sidarta, de "destampar uma panela". A panela é a do novo código florestal e as respectivas campanhas pró e contra.
Verdade seja dita, por um bom tempo me ausentei dessa discussão, pela única razão de ter encontrado dificuldades em formar uma posição convicta, ou mesmo de contribui para a discussão. Confesso que me deixei alienar; outros assuntos mais urgentes me exigiram a dedicação e acabei aprendendo muito pouco a respeito dessa nova lei.
Assim, para não cometer uma desonestidade intelectual, nunca "curti" no facebook os links e imagens da campanha "Veta Dilma" e nem me pronunciei em qualquer das mídias que uso. Afinal de contas, eu não estava informado o suficiente. Mais ainda, sempre achei que posições extremas raramente contribuem para uma solução, seja de qualquer dos dois lados da discussão: tanto a ganância do agronegócio inescrupuloso quanto a estupidez dos ecochatos "abraça-árvores". Eu sentia que a nova lei pendia muito para aquele primeiro lado e a campanha do veto pendia muito para este segundo lado.
Tomei coragem de lançar meu tempero nesse preparado quando me deparei com o texto intitulado "O código florestal e a arapuca técnica", assinado por Mauro Santayana e publicado, segundo me consta, no Jornal do Brasil. Eis um link para o artigo:
http://www.vermelho.org.br/ro/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=184005
Este é, na minha opinião, um dos melhores textos que li a respeito do tema. A razão disso é que o autor é muito feliz ao ponderar bem a questão, revelando o risco social de posições extremas, em ambos os lados da discussão. Se por um lado a óbvia voracidade do novo código é escancarada, por outro se sugere que a preservação desinformada pode, por sua vez, também atender interesses bem menos nobres.
No mais, o caminho a se seguir é entender que é falsa a dicotomia desenvolvimento econômico versus preservação dos recursos naturais. O termo Desenvolvimento Sustentável virou clichê antes de ser posto em prática só por conta de um mau uso excessivo nas propagandas das grandes empresas.
A boa notícia é que a sociedade já conta com um robusto conjunto de reais soluções técnico-científicas para o problema. Eu que não sou da área conheço várias. Uma em particular, que despertou meu interesse, é muito pouco divulgada, mas tem enorme potencial. São os sistemas silvopastoris para o agronegócio sustentável, onde gado e floresta convivem de maneira ecologicamente sustentável e economicamente vantajosa.
Sistema silvipastoril
Isso é só um exemplo, pois existem muitas outras idéias interessantes, fáceis de colocar em prática e eficientes na viabilização do desenvolvimento sustentável. O que não existe, e essa é a má notícia, é vontade política, sobrepondo-se, assim, a resistência de vários setores do capital...
Enfim, essa é minha ponderação.
Abraços,
VRC
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