II LAWCN 2019

terça-feira, 10 de junho de 2008

Homeopatia e outras superstições

Caríssimos,

como é bonito percorrer os diversos episódios dessa vida. Em breve postarei aqui a resposta que dei a um grande e querido amigo espírita. Nela, comento que meu pensamento ateu não é novo, mas sim vem sendo construído e elaborado, aos poucos e solidamente, desde do ano de 2003. Mas, é verdade, a oficialização e declaração da minha postura cética é recente, pois só recentemente reuni elementos suficientes que me permitissem uma convicção nível 6,5 na escala Dawkins de ateísmo (vide Deus: um delírio, Richard Dawkins) necessários para uma argumentação positivista à altura do que esse mundo supersticioso precisa.

Hoje acho que fui sábio em manter minhas então infantes convicções atéias sob uma capa de agnosticismo ou mesmo religiosidade displicente até que ela adentrasse sua fase madura. Fiz como o jardineiro que cerca a mudinha para que ela se proteja do vandalismo até se tornar um robusto e resistente tronco de árvore.

Pois bem, não havia completado umas 2 semanas em que eu havia retirada a cerquinha das minhas convicções céticas para que me defrontasse com o vandalismo da peudo-ciência: a homeopatia. Fiquei de fato satisfeito ao perceber a resistência desse novo tronco, alimentado com os nutrientes da inteligência científica, como o kit de detecção de mentiras e a necessidade da evidência de Sagan, ou a humildade do verdadeiro cientista que reconhece seu erro de Dawkins.

Enfim, foi numa mesa de bar que me deparei com uma médica homeopata. Tenho a tendência em colocar aspas em torno de médica, pois homeopatia em não sendo ciência não pode ser medicina. Mas, não posso julgar essa pessoa, pois que ela também é pediatra e, nada sei sobre suas qualidades profissionais. Em recebendo o título de médica doutora e tendo um CRM, acho melhor convir que é boa profissional, ao menos na pediatria.

Comecei fazendo o dever de casa: inteirar-me mais do assunto. Sem nunca perder as boas maneiras (importa dizer que, apesar disso, recebi ofensas diretas e pessoais da contraparte no calor da discussão que se seguiu), comecei com uma exaustiva indagação acerca dos princípios dessa "terapêutica" (aqui sim me sinto a vontade com as aspas). Quis saber como ela é realizada e quais as bases para a pescrição de uma determinada medicação homeopática. O que eu escutei foi, basicamente, a descrição de uma sessão de psicanálise, ainda que não recebesse essa denominação. Destaco o fato da ostentação na argumentação, com o objetivo, na minha opinião, de afastar e intimidar o não iniciado. Estavam irritantemente presentes assertivas do tipo: "é um processo complicado", "trata-se de uma investigação profunda e completa do indivíduo, que necessita de muito treinamento para ser feita", "ela avalia a origem real, psíquica do problema", "indaga de forma integral o ser e sua doença" e daí por diante.

Segui querendo saber quais os princípios, ainda que em teoria, ainda que sob a espera da experimentação, do funcionamento da homeopatia. Confesso que fiquei horrorizado com as respostas que recebi: um verdadeiro amontoado desconexo de palavras e expressões do metiè científico, cujo leigo não é capaz de compreender o significado, típico das melhores táticas de mistificação (obrigado Sagan, muito obrigado pelo kit!!!). Coisas do tipo do tipo "dinamização quântica da moléculas de água que se chocam nas paredes do frasco e liberam sua energia ativa". Por sinal, sinceramente, acho que elaborei melhor aqui do que fez a dita especialista em homeopatia em nossa conversa de bar (seria menos constrangedor que ela se declaresse uma novata no assunto). Como assim dinamização? Quântica? Dinamização quântica??? Fico dando nó nos meus neurônios tentando entender o que isso significa... tentando sequer achar um possível significado, ainda que mal expresso pela minha debatedora, para "dinamização quântica". Será que ela se referia às partículas sub-atômicas? Como se dinamiza um próton, um elétron, ou mesmo um quark, um múon ou coisa que o valha. Será necessário um acelerador de partículas? Energia, que tipo de energia? Térmica, cinética, elétrica ou magnética? Elástica talvez ou ainda gravitacional? Não, diz a debatente, outro tipo de energia que a ciência não conhece... Hein!? Como assim não conhece? Energia é um conceito muito bem definido dentro da ciência. Moléculas que se partem liberam energia térmica ou, no máximo e perdoem a minha ignorância, energia eletromagnética na forma de luz. Será que ela se referia ao processo de fervura da água? De fato água fervida é bom para um monte de coisas... Insistindo em saber os mecanismos e, numa tarefa quase insana, procurando desatar esse nó de incongruências, permaneci indagando acerca da "fisiologia da homeopatia" até que fui interrompido pelo clássico muro da superstição: "isso está além dos domínios da ciência atual".

Aí a conversa fica difícil mesmo. Se está, de fato, além da ciência, por que os homeopatas insistem em dizer que se trata de uma nova ciência? Por que não assumem que se trata de uma questão de fé e ponto final? Para mim, tudo faz parte do processo de mistificação que, hajamos de convir, tem funcionado. Nesse momento, fui agraciado com a seguinte pérola da incoerência: mas há evidências científicas (pensei que não era da alçada da ciência). Eu, buscando copiar o exemplo do velho professor e sua antiga teoria errada, disse: "maravilha, quais são elas, ondes estão, quais são esse estudos, quero vê-los!" A resposta era a homeopatia administrada em seres humanos e animais (?) dava resultado. Eu duvidei, naturalmente e disse que isso não provava nada, pois poderia ser outro efeito não controlado, como o placebo. Mas, exatamente por ter lido pouco, pedi que me enumerassem estudos com os quais eu poderia me informar e as respostas foram avasivas. Insisti em um nome e recebi a outra clássica da pseudo-ciência: "não tenho que provar nada a você".

Na hora, concordei com o fato de que não era a obrigação da outra parte do debate. Hoje, pensando duas vezes, eu deveria ter dito: errado, você tem que provar sim, você está ganhando dinheiro com isso. Essa prática envolve a vida de pessoas, sua saúde e sua qualidade de vida. Se eu começasse a vender fadinhas engarrafadas para tratar todo o tipo de doença e trazer sorte e riqueza, seria imediatamente solicitado, pelo próprio CRM, a interromper a minha atividade e a prestar esclarecimento sobre essa "terapêutica". Se me recusasse a fazê-lo ou a interromper o meu negócio, seria certamente processado ou mesmo preso.

Mas, infelizmente não disse isso, mas não foi de todo mal, pois que a conversa não parou por aí e esse argumento isolado não ajudou muito a minha debatedora. Permaneci insistindo em um nome, de algum pesquisador que tivesse feito o estudo e, ao final de tudo, recebi o seguinte nome: Matheus Marim. Pois bem, vamos aos estudos. Uma busca no pubmed retorna um único resultado: um artigo plubicado em 2007, no número 1 do volume 96 da revista Homeopathy (págs 4 a 16) e se intitula "A systematic review of the quality of homeopathic pathogenetic trials published from 1945 to 1995" (Marim não é o primeiro e nem o último autor). Trata-se de uma revisão da literatura acerca de artigos experimentais em homeopatia e, segundo os próprios autores: "The central question of whether homeopathic medicines in high dilutions can provoke effects in healthy volunteers has not yet been definitively answered, because of methodological weaknesses of the reports. Improvement of the method and reporting of results of HPTs are required." Eu me pergunto seriamente se esses autores acreditavam estar defendendo a homeopatia com esse artigo, quando na verdade davam um tiro no próprio pé. Um detalhe importante: a revista Homeopathy NÃO É analisada pelo Journal of Citation Reports e, portanto, não tem fator de impacto.

Procurando no google sobre o tal do Mairim, descubro que ele é médico e que, além de presidir e participar de uma série de congressos de homeopatia, ele faz parte de duas organizações: a Liga Medicorum Homoeopathica Internationalis e o WHO Working Group on Evidence Base for Homeopathy. Em um dos sites que eu encontrei o seu nome, o da homeopatia veterinária:
há uma carta dele ao "que assina pelo The Lancet". Particularmente interessante é o fato de ele responder em português a um sujeito que não fala nossa língua. Ele se refere a um artigo de 2005 publicada na respeitadíssima revista The Lancet mostrando a falácia que é a homeopatia. O artigo intitula-se "Are the clinical effects of homoeopathy placebo effects? Comparative study of placebo-controlled trials of homoeopathy and allopathy", número 2 do volume 366 de 27 de agosto de 2005 e, basicamente mostra que o efeito da homeopatia tem poder comparável apenas ao próprio efeito placebo. O próprio Matheus parece concordar com isso e escreve:
"O trabalho feito por Shang, Müntener, Nartey, Jüni, Dörig, Sterne, Pewsner e Egger demonstrou algo que todos os homeopatas que exercem a Homeopatia dentro de sua episteme já estão cansados de saber: que os medicamentos homeopáticos quando prescritos para doenças têm desempenho igual ao placebo, apenas superam ligeiramente a performance do placebo quando entre os pacientes estudados houver um ou outro doente que tenha o seu medicamento individual entre aqueles que estão sendo utilizados no experimento."

Isso era para defender a homeopatia??? Ele continua e se explica (será mesmo?):

"A equipe de epidemiologistas trabalhou bem, fez um bom trabalho dentro daquilo que sabem fazer: analisar ensaios clínicos que objetivam demonstrar eficácia de medicamentos em doenças, episteme que não é a Homeopática. A episteme homeopática está em trabalhar o doente com suas doenças. Quem não trabalha bem são os pesquisadores homeopatas que insistem em tentar demonstrar que a Homeopatia atua quando prescrita para doenças. Como isso não é verdade ... nada conseguem provar mas acreditam tê-lo feito por causa de alguns bias presentes em suas pesquisas."

Que esquiva covarde e medíocre! Separar o doente da doença como se tivesse algum sentido para um tratamento. O que é o doente? Qual o seu domínio e definição? É o seu corpo (na minha opinião, o entendimento mais comum)? Nesse caso ele é doença também, pois que algum parte de si não funciona bem e, portanto, o tratamento que trata da doença trata do doente. Como a homeopatia, segundo o próprio Marim, não age na doença, se o doente é corpo, a homeopatia não funciona. Não, ele é espírito! Nesse caso homeopatia é religião e ponto final. Aí é outra falácia que eu já não vou falar aqui. Então o doente é mente? Se for, o tratamento no máximo possibilita o efeito psicossomático do placebo. Portanto, as únicas alternativas para a homeopatia são: ou é religião, ou é placebo, ou não funciona.

E em falando de religião, um último ponto consiste em observar como a homeopatia está sempre relacionada com rituais superticiosos ou religião. É interessante ver como que a medicação homeopática encontra guarida nas práticas religiosos. É muito comum nos sitemas de crença espiritualista, pseudo-científicas, como, por exemplo, no espiritismo, religião que tenho conhecimento, pois militei nela por sete anos. Por outro lado, a homeopatia parece a reclicagem industrial pseudo-científica de uma velha idéia, a idéia do talismã: um objeto comum cujo efeito e poder são milagrosamente expandidos por forças espirituais canalizadas através um representante maior da religião. É assim com a água benta benzida pelo padre do catolicismo e é assim com a água fluidificada pelo médium no espiritismo. Tenho certeza que um estudioso da religião encontrará uma série de análogos em outros sistemas de fé.

Enfim, já cansei de escrever e, para mim, já é óbvio a falácia supersticiosa de que se trata a homeopatia. É patente a convardia dessa superstição que constantemente se esquiva em expliações etérias, abstratas e vagas, quase esfumaçantes, mas crivada de valores furtados da ciência real e honesta mal empregados como adornos dessa pseudo-ciência. Quem quiser continuar dando dinheiro para os modernos e sofisticados charlatães, fique à vontade. Eu tô fora, dou mais valor aos meus suados reais de cientista brasileiro. Prefiro uma ampola de 600 ml de cevada. Pelo menos, para a cabeça ela faz bem.


Vinícius

7 comentários:

Anônimo disse...

Até entendo como é que, um assunto tão importante, não encontre ninguém disposto a "encarar" e responder à altura, as considerações do Sr.Cientista, assinante desta matéria.
Numa sociedade capitalista, guiada pelo lucro fabuloso alimentado pelo dragão da maldade denominada "LABORATÓRIO", os alimentadores, que catam as sobras debaixo das mesas, não tem nenhum interesse em curar as doenças, mas provocar outras, com os nefastos efeitos colaterais na indústria medicamentosa, convencional. Controla-se uma e cria-se outras três.Falo,por estar passando por isto agora. Pra controlar a PA, estava agredindo´estômago, fígado e rins. Desde a época de Paracelso e Hanneman, existe esta competição. E por encarar o doente como apenas um corpo destrutível, ignora-se tudo o mais. Não tem jeito, só o tempo - e não demora muito, fará com que nossos verdadeiros cientistas trabalhem mais pelo HOMEM INTEGRAL e não por pedaços, das aulas de Anatomia.
Não somos porcos, pra quem qualquer tipo de ração está de bom tamanho. Merecemos medicamentos puros, já que a Ciência não admite outra forma de curar. Se sabem e podem mais que a Homeopatia, porque continuam envenenando o povo?
SAÚDE e PAZ!

Vinícius Rosa Cota disse...

Bom, em sendo democrático, tenho que abrir espaço para todo tipo de comentário. Mas este, em especial, é até do meu agrado, pois que ilustra adequadamente vários dos meus argumentos
Antes de mais nada, agradeço pela alcunha de Sr. Cientista. De fato, é o título que tenho buscando com afinco por mais de uma década. Agradeço o reconhecimento.
Segundo, gostaria de perguntar o por quê do anonimato. Curioso, não!?
Terceiro, obrigado pelos risíveis trechos ilustrativos: " dragão da maldade denominada "LABORATÓRIO", ". Desculpem-me, pois que não me agüento e caio na risada... O resto, abstenho-me de comentar.

Anônimo disse...

"Um detalhe importante: a revista Homeopathy NÃO É analisada pelo Journal of Citation Reports e, portanto, não tem fator de impacto."

Fica a pergunta: E daí, caríssimo?
Todos os que militam no ramo da Ciência sabem que isto (índice de ímpacto) é deveras importante apenas e tão somente para o aspecto econômico envolvido nos processos de publicação. Quantos e quantos trabalhos deixam de ser publicados por questões de interesse dos que controlam as publicações. Entrementes, artigos de mérito duvidoso, mas amparados fortemente pela tríade 'nome do publicante/nível de conhecimento do publicante/aspectos de 'friendship' entre os envolvidos são publicados em revistas de grandíssimo porte.
Se este (IF) é um bom parâmetro, cabe a cada qual decidir. Mas, para quem entende ciência como geração de conhecimento efetivo, o que importa é o conteúdo do trabalho e não necessariamente o local onde é publicado.
Espero que um dia a comunidade científica se veja livre dessa 'escravidão do IF' e que revistas (quem sabe a citada Homeopathy entre elas...) não sejam marginalizadas pela ausência do famigerado índice de impacto.
Em tempo: O Journal of Citation Reports é um braço da Thomson Reuters, uma empresa PRIVADA com métodos um tanto 'pouco ortodoxos', digamos assim, para selecionar as publicações que aparecem em sua base de pesquisa...

Vinícius Rosa Cota disse...

Caro anônimo...

O mau torcedor sempre coloca a culpa da derrota do seu time no juiz.

Apesar de não compreender muito bem o que você quis dizer com "os que militam no ramo da ciência", posso dizer com certa segurança que a maioria dos cientistas aceita bem o conceito de fator de impacto. Isto é assim, sobretudo, porque o valor conferido às diversas revistas é feito de maneira objetiva, dependente da visibilidade e do impacto dos artigos publicados.

Mais do que isso, grandes idéias (como o LTP de Bliss e Lomo) surgiram em revistas menores e ganharam força por seu mérito próprio, enquanto grandes publicações em grandes revistas foram refutadas e rejeitadas com o passar do tempo.

Gostaria de lembrá-lo que os experimentos acerca da memória da água, essenciais para qualquer formulação teórica da homeopatia e formulados para defendê-la, foram publicados na nature de 1987 (Jacques Benveniste). Ou seja, a ciência abriu o espaço devido, mesmo para essa idéia tão controversa, pois ela parecia ter um método rigoroso e controlado. Por que ela não foi aceita então pelo meio acadêmico, mesmo sendo publicada na "idolatrada" nature? Porque ela falhou em se mostrar robusta uma vez aberta ao escrutínio de céticos.

O bom da ciência é isso. Ela é pública e aberta ao escrutínio e à revisão. Ao contrário das relações de autoridade das religiões e das doutrinas dogmáticas, na ciência as idéias ganham ou perdem valor pelo seu mérito próprio, por mais que tenham sido publicadas na Science, na Nature ou International Journal of Irreproducible Results. Assim sendo, você e todos os outros homeopatas estão convidados a fazer ciência séria, dentro da metodologia padrão que, ei de concordar com você, é imperfeita, mas é o que temos de melhor na busca da verdade. Você está certo ao criticar algo que considera errado e a ciência vê isso com bons olhos. Mas para fazer sua crítica de maneira convicente, entre nessa sangrenta arena da academia, defenda seus argumentos conforme manda o figurino e proponha algo melhor.

Agora, se você quiser acreditar em uma teoria conspiratória de que a Thomson Reuters é uma corporação maquiavélica que controla a publicação mundial para defender seus próprios interesses através de métodos um tanto 'pouco ortodoxos' (gostaria de saber mais sobre isso), essa é uma escolha sua. Na verdade, julgo-a bastante coerente com o resto da sua crença.

Mas, assim como o time perdedor peca por falta de tática, a homeopatia não é aceita no meio científico como uma terapêutica médica, não porque algum cientista poderoso, ranzinza e arcaico, resolveu perseguí-la. É porque ela não tem uma teoria embasadora, porque seus experimentos não são corretamente controlados, porque os ditos achados não são reprodutíveis, porque seus defensores são mais escorregadios em descrevê-la do que quiabo.

O grande problema da "ciência" homeopata é que os pesquisadores dessa "ciência" estão tentando provar que ela funciona, ao invés de buscar a verdade, independente do interesse. A grande falha do experimento de 87 foi que os cientistas estavam cheios de wishful thinking e isso influenciou gravemente a coleta de dados.

É importante lembrar que uma série de tratamentos controversos, não alopáticos, já foram aceitos pela sua robustez científica, mesmo contrariando os interesses financeiros da indústria farmacêutica. Ou seja, ainda que haja interesses maquineístas ingerentes na ciência (acredito que isso seja real em parte) as boas idéias são capazes de se impor.

Por fim, você tem certeza que gostaria de discutir questões de interesse financeiros e manipulação de resultados em se tratando da multi-bilionária indústria homeopática?

Vinícius

Anônimo disse...

Prezado blogueiro,

antes de mais nada, quero informar que não sou 'homeopata', embora não tenha nada contra quem faz uso da prática. Muito pelo contrário, acho que todos são livres para fazer e seguir o que julgam correto.

A respeito do fator de impacto, o mesmo nada mais é que uma maneira enviesada de se avaliar 'quão importante' é um artigo ou revista ou mesmo auxiliar no incremento de carreiras. Note que um artigo ruim pode ser grandemente citado (mesmo que seja para ser ostensivamente criticado), e isso faz com que o IF da revista onde foi publicado aumente consideravelmente (sendo, baseado nesse parâmetro, uma 'boa revista'). No mínimo uma agressão ao bom senso.

Outro problema inerente ao IF está relacionado ao fato de nem todas as revistas serem 'indexadas', por exemplo, no Web of Science ou no Scopus, citando apenas duas das bases mais conhecidas.

Sugiro que acesse esses dois links (um artigo e um editorial), ambos tratando do assunto.

http://www.springerlink.com/content/e363u14k578r466r/

http://www.frontiersin.org/the_impact_factor/

Vinícius Rosa Cota disse...

Não tenho problemas em concordar de que o fator de impacto é um índice um tanto limitado (mas não absurdo) para se avaliar a qualidade de uma revista ou de um artigo nela publicado.

E... ?

Você não respondeu a nenhum dos meus argumentos...

Mamãe trainee disse...

Parabéns pelo excelente texto!

Eu também já tentei entender o que diabos é a homeopatia... mas é impossível, de fato.

O que me incomoda mais é ser taxada de ignorante por pessoas que nada entendem de ciência toda vez que eu nego a eficácia de tratamento homeopático.